domingo, 4 de setembro de 2011

Aí que eu me refiro... Parte III



Está acontecendo neste momento mais uma situação constrangedora e que deixa qualquer brasileiro coberto de vergonha. O próprio poder judiciário, que deveria ser o padrão de referência, o defensor e o garantidor da sociedade civilizada se coloca como pivô central de uma polêmica devido à sua "necessidade" de aumento de salários.


Não interessa que vivamos a maior crise econômica desde a primeira guerra mundial. Não interessa que cortes estejam sendo feitos em diversos setores da sociedade. A escolha dos líderes do judiciário fala por si: não interessa. Claro, quem vai pagar é o povo. Em tempo de vacas magras o executivo não incluiu o aumento no orçamento de 2012, e repassou a "batata quente" para o legislativo.

Neste nosso "novo-feudalismo", disfarçado de democracia, o que interessa é a retórica. E em retórica eles são especialistas. Conseguem distorcer o sentido de qualquer lei que esteja contrário aos seus interesses. Vejam como exemploo que disse o ministro Marco Aurélio de Melo para defender o aumento:


O anúncio do corte, ontem, gerou reação entre membros do Judiciário. O ministro Marco Aurélio Mello lembrou que, de acordo com a Constituição, o Executivo não tem o pode de promover mudanças no orçamento proposto pelo Judiciário. Essa competência, segundo ele, cabe apenas ao Legislativo.
"O que está em jogo não é pecúnia, não é dinheiro, não é gasto. O que está em jogo é o princípio que implica equilíbrio, que se faz ao mundo jurídico para que não haja supremacia de poderes que estão no mesmo patamar”, disse o ministro.

Este senhor debocha da inteligência de todos os brasileiros com frases como esta. Estão tão longe da realidade do brasileiros que afirma que um aumento de 7,7 bilhões nos gastos não é dinheiro, não é gasto. Ou seja, querem empurrar um aumento desses de qualquer jeito, como se não precisassem ouvir o que o setor de planejamento do governo tem a dizer.

Nesta quarta (31), a ministra do Planejamento disse que não quer fazer “guerra com o Judiciário”, mas afirmou que o reajuste não está “apropriado no orçamento”. Belchior encaminhou ao Legislativo nesta quarta a proposta de orçamento federal para 2012.

Tem que ser goela abaixo. O próprio presidente do STF, ministro Cesar Peluso, tenta forçar a barra dizendo que foi um equívoco do governo a retirada do aumento do texto original.

Vergonhoso ver o Poder Judiciário de nosso país fazer esse papelão.

Nosso país precisa de um Poder Judiciário que esteja à altura de suas aspirações. Temos que mudar isso, ou a coisa pode descambar para um lado muito sombrio.

"A injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade [...] promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas."


- Rui Barbosa


Aí que eu me refiro... Parte II


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