Cleptocracia significa, literalmente, “Estado governado por
ladrões”. A expressão qualifica um tipo de administração pública na qual decisões
extremamente parciais beneficiam aqueles que detêm em suas mãos o poder
político, o que significa dizer que durante seu exercício a riqueza
extraída da população através de impostos, taxas e contribuições, é
desviada para os bolsos dos governantes por meio de programas, leis e
projetos ilógicos ou inviáveis.
O Estado passa a funcionar como uma máquina de extração de renda
ilegal da sociedade
, isto é, população como um todo, em contraposição à máquina de extração de renda legal, o sistema de cobrança de impostos
, taxas e tributos dos Estados que vivem em um regime não-cleptocrático.
Todos os Estados tendem a se tornar cleptocratas se não ocorrer um combate real pelos cidadãos,
em sociedade. Em economia, a capacidade de os cidadãos combaterem a
instauração do Estado cleptocrático é fortemente correlacionada ao
capital social da sociedade
Já se disse que a cleptocracia é um infortúnio que o cidadão comum,
seja por burrice ou desleixo, acomodação ou desinteresse, conivência ou
qualquer outro motivo, permite que aconteça no meio em que mora. E como
esse mal sobrevive há tanto, não sendo possível precisar quando tenha
começado, a conclusão é: se as coisas acontecem dessa forma é
porque o eleitor aceita passivamente que elas assim sejam, o que, por
redundância, leva à conclusão de que a lógica embutida na frase “cada
povo tem o governo que merece” é indiscutível.
Jorge Serrão, jornalista, radialista, publicitário, especialista em
Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos, além
de editor do Blog Alerta Total, sustenta que
na Cleptocracia impera o
legítimo direito de roubar, que é a negação de qualquer direito.
Diz ele
que “Na conjuntura cleptocrática, o poder Judiciário se transforma,
na melhor hipótese, em agente inconsciente da legitimação do crime
organizado, em parceria com os poderes Executivo e Legislativo”.
Para o norte-americano Jared Diamond, biólogo, professor de Fisiologia e
autor do livro “Armas, germes e aço, os destinos das sociedades
humanas”, existem quatro formas através das quais os cleptocratas tentam
manter-se no poder: 1 - desarmando o povo e armando-se eles, fazendo-se
rodear de cúmplices, agentes astuciosos que por vezes lhes roem a corda;
2 - redistribuindo pelo povo, de forma malabarista, uma parte do
tributo recebido, criando nas pessoas uma falsa sensação de felicidade; 3
- usando o monopólio das armas e da guerra, de forma a ter força para
manter a ordem pública e o controle da violência; 4 - criando uma
religião ou uma ideologia que justifique a cleptocracia.
A corrupção política, ou a corrupção na política de uma determinada
sociedade deteriora as próprias estruturas da sociedade, uma vez que a
política é o cuidado com o que é coletivo, é a busca de soluções para os
problemas que a sociedade enfrenta. Corrupção na política significa
apropriar-se do que é coletivo, em benefício próprio. É roubar. Se os
agentes públicos - os políticos - são corruptos, a saúde da sociedade
corre sérios riscos. Faltando o respeito pelo que é de todos, prevalece
no comportamento de cada um o vale tudo, o “levar vantagem” em tudo,
o
enganar para escapar ileso de eventuais punições.
No Brasil, a corrupção está espalhada pelos diferentes setores e níveis
da atividade política, seja no executivo, no legislativo e no
judiciário, do nível federal ao nível municipal. Faz parte também do
comportamento das empresas privadas que trabalham para o governo em
obras e serviços, ou que dele dependem para o exercício de suas
atividades.
Curiosidade: Consta que um dos pretores - juízes que distribuíam a justiça - na
Roma antiga, chamava-se Lucius Antonius Rufus Appius, que costumava
vender suas sentenças a quem pagasse melhor. Sua assinatura - L. A. R.
Appius - logo se tornou conhecida como
larapius, sinônimo de ladrões e gatunos, vocábulo que acabou sendo incluído no nosso vocabulário sob a forma de larápio.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cleptocracia
http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=1461102
http://www.mundoeducacao.com.br/politica/cleptocracia.htm
Cabe lembrar que o CAPITAL SOCIAL obtém-se através da educação do povo. E é justamente por isso que nossos governantes hesitam em investir mais na formação dos brasileiros. Quanto maior a cultura de um povo mais difícil ludibriá-lo.
O povo burro é manejável, se emociona com as mentiras das propagandas eleitorais. As esmolas dadas às pessoas sem cultura se desfarçam de bondade e bom-caratismo, quando na verdade poucos estão enriquecendo e assim vai-se destruindo gradativamente o tecido da sociedade civilizada.